terça-feira, 21 de junho de 2016

Bem aventuranças ditas pelo Messias



As bem aventuranças registradas no evangelho do Messias Jesus, em Lucas cap. 6;20-23

E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.
Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
Lucas 6:20-23

v.01. Após ter efetuado milagres em frente ao seus discípulos, Cristo ensina a eles parte das bem aventuranças, primeiramente ele cita ‘’ Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.’’ Em Mateus cap.5 v.02 ao v.12 é demonstrado mais abertamente e discriminado os dizeres do messias. O termo usado é ‘’ humildes de espírito’’, eu me pergunto o que seria isto? São aqueles que reconhecem que necessitam totalmente do Eterno e de suas infinitas misericórdias, sabem de sua total depravação e buscam em Deus forças, reconhecem seu tamanho, quão pequeno são. Vale ressaltar o termo ‘’ humilde’’ Cristo ensina isto muito bem, lavando os pés de seus discípulos, também deixando sua gloria e vindo padecer feito homem. Deles é o reino de Deus.

v.02. Cristo quando fala que bem aventurados serão os que agora tem fome, a sua colocação é fome quanto a Deus, quanto a palavra, é bem notável que ele diz em João Cap. 6 ‘’ Sou o pão vivo que desceu do céu’’, ‘’ aquele que vem a mim jamais terá fome, e jamais terá sede’’. Cristo é o sustento. Faz também menção a sua justiça, pois os que tem fome de justiça serão fartos. A Justiça de Deus é plena e benevolente, cheia de misericórdia, não igual à do homem, e os que de tais buscam a justiça divina, encontram na cruz de Cristo. E destes são o reino de Deus.

v.02. Se tem algo que o Eterno se agrada é um coração sincero, contrito e amolecido (chorão), a estes Ele não rejeita. Estes que choram são os arrependidos de seus delitos e pecados, de seus erros e reconhecedores de suas depravações, são misericordiosos e buscam o mesmo, tais encontram porque aprouve assim Deus querer. Na oração do Pai Nosso á a descrição ‘’ Perdoa meu pecados, assim como perdoo a quem me deve’’.
‘’ Parece ser que aqui se trata dessa tristeza santa que opera verdadeiro arrependimento, vigilância, mente humilde e dependência contínua para ser aceito pela misericórdia de Deus em Cristo Jesus, com busca constante do Espírito Santo para limpar o mal residual.’’ Mattew Henry – Comentário Bíblico NT

v.03. Grande alegria quando somos confrontados, humilhados, deixados de escanteio por ter tão grande salvação, a saber a confissão de nossos pecados e crença no Filho de Deus o Verbo encarnado. Cristo aqui alertou das inúmeras perseguições que sofreriam por amor ao seu Nome, como dantes perseguiram os profetas por levar a mensagem do Eterno, assim padeceríamos pelo mesmo. Este último verso Ele deixou bem claro o carregar a cruz, o padecer pelo evangelho, porém grande galardão os espera os que permanecerem firmes na fé, firme na rocha, na pedra de esquina.

‘’ Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a. Mateus 13:44-46’’

Deus assemelha seu reino a algo imprescindível, tão valioso ao ponto de entregardes tudo o que tens para que dele você desfrute, no entanto o tesouro está escondido, de uma forma que poucos estão o encontrando. Pois é em Cristo terás acesso, apenas Nele terás morada nas regiões celestiais, venda todo o seu tempo, sua vida, seus sonhos e invista neste Tesouro, pois, quão valioso é.

Referência: HENRY, Mattew. Comentário Bíblico de Mattew Henry: Novo Testamento. Rio de Janeiro: Cpad, 2010. 340 p.
Bíblia de Estudo de Genebra. 2° ed. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo : Cultura Cristã, 2009. 1984 p. ; 24cm.


Autor Jônatas Silva Daniel. Bacharelando em Teologia pela UNIGRAN.

As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me inteligência para entender os teus mandamentos. Salmos 119:73

Qual a diferença entre Trindade e Triteísmo?

 O debate entre os defensores do unicismo e os defensores da trindade sempre existiram, porém passou-se um tempo em que essa discussão se limitava entre religiões diferentes. Por exemplo, os Judeus e os Islâmicos defendendo o unicismo, e os cristãos em geral defendendo a doutrina da Trindade. Mas, de uns tempos pra cá, a doutrina do unicismo vem ressurgindo no meio cristão. E está comum presenciar debates acerca deste assunto, e ver os unicistas acusarem os trinitarianos de triteístas. Por causa disso, o artigo de hoje tem o objetivo de explicar qual a diferença entre trindade e triteísmo.
 Mas afinal, que termos são esses? Trindade? Unicismo? Triteísmo? Vai ser um prazer te explicar!

 Começamos pela trindade. A Trindade é a crença de que Deus é apenas um, porém, existem três pessoas divinas que formam esse Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). Eles têm o mesmo pensamento, o mesmo propósito, mas ainda sim conseguimos distinguir três. É difícil a nossa mente humana e limitada entender a natureza desse nosso Deus que é infinito e ilimitado, por isso ficamos tão perplexos ao tentar entender a Trindade de forma lógica e humana. A melhor forma de se explicar a trindade é através de uma ilustração. Desenhe um triângulo, e note que é apenas um triângulo, APENAS UM, porém ele é formado de três linhas perfeitamente iguais e distintas. Essa é a ilustração da Trindade, Deus é apenas um, formado por três iguais.
 O Unicismo crê que há apenas um Deus, e por isso nega veementemente a doutrina da Trindade, pois acha que essa doutrina não é monoteísta. Mas vamos nos limitar ao Unicismo cristão, esquecendo por um momento o Judaísmo e o islamismo. Pode-se notar que no meio cristão há pessoas que acreditam que o Pai é Deus, Jesus é Deus e o Espírito Santo é Deus, porém não há distinção entre eles, eles são a mesma pessoa. Jesus é o criador, é o consolador, é o cordeiro e enfim. Para eles não existem três pessoas, mas apenas um. O Pai se fez carne e habitou entre nós.
 Agora existe outro grupo, este fala que Jesus não é Deus ou divino, e o Espírito Santo também não é Deus, apenas o Pai é Deus único e absoluto. Este grupo também nega a doutrina da Trindade. Esses dois grupos de unicistas costumam dizer que quem crê na Trindade é triteísta. Essa visão foi condenada como herege no concílio de Nicéia (325 D.C).
 Triteísmo significa três deuses. Quem acredita no triteísmo significa que não acredita em um único Deus (monoteísmo), mas em três Deuses (Politeísmo). Desconheço a existência dessa crença no meio cristão, mas foi um termo criado pelos unicistas para acusarem os trinitarianos de politeístas. Lembra da ilustração do triângulo? Pois o triteísmo são três triângulos.
 Mas afinal a trindade acredita em três, o triteísmo também se refere a três. A trindade e o triteísmo não são a mesma coisa?

 Quem crê na doutrina da trindade jamais irá dizer que Jesus é um Deus, e o Pai é outro Deus, e o Espírito Santo é mais um Deus. Os trinitarianos sempre irão afirmar que Deus é um só. Pai, Filho e Espírito Santo, para eles, são juntos unidos e um só. Como eu já tinha dito antes, não existe forma lógica na nossa mente finita de entender como TRÊS são UM. Porém para os trinitarianos essa forma é a única que consegue resistir as Escrituras, pois em muitas passagens é demonstrada uma distinção enorme dos Três. É feito muitas menções da divindade dos Três. E jamais podemos sair de uma visão monoteísta.
 Um dos pais da Igreja, Agostinho de Hipona, reflete a cerca da Trindade, e traz a luz uma explicação:
O Pai, o Filho e o Espírito Santo, isto é, a própria Trindade, una e suprema realidade, é a única Coisa a ser fruída [una quaedam summa res], bem comum de todos. Se é que pode ser chamada Coisa e não, de preferência, a causa de todas as coisas – se também puder ser chamada causa. Não é fácil encontrar um nome que possa convir a tanta grandeza e servir para denominar de maneira adequada a Trindade. A não ser que se diga que é um só Deus, de quem, por quem e para quem existem todas as coisas (Rm 11,36). Assim, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são, cada um deles, Deus. E os três são um só Deus. Para si próprio, cada um deles é substância completa e, os três juntos, uma só substância. O Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo. O Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo. E o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho. O Pai é só Pai, o Filho unicamente Filho, e o Espírito Santo unicamente Espírito Santo. Os três possuem a mesma eternidade, a mesma imutabilidade, a mesma majestade, o mesmo poder. No Pai está a unidade, no Filho a igualdade e no Espírito Santo a harmonia entre a unidade e a igualdade. Esses três atributos todos são um só, por causa do Pai, todos são iguais por causa do Filho e todos são conexos por causa do Espírito Santo
 É normal ouvir acusações aos trinitarianos. Os unicistas os chamando de triteístas. Mas isso é inaceitável. Falar algo assim é não querer conhecer de forma séria a doutrina da trindade. Todo cristão que acredita na trindade não descarta as passagens bíblicas que se referem a um único Deus, pelo contrário, esses versículos deixam ainda mais firme essa doutrina.
 Um triteista diria claramente que não existe apenas um Deus, e descartaria uma infinidade de textos bíblicos. Faria de Jesus divino, ou do Espírito Santo, mas diria que eles não são oniscientes, onipresentes ou onipotentes igual ao Pai. Isso é ser triteista. Quem crê na trindade de forma séria jamais faria tais argumentações. 

 Que possamos refletir sobre como vemos Deus. Ter o máximo de cuidado para não cairmos em uma visão triteista. E cada dia crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pedro 3.18) . A Ele a glória e a honra eternamente! Amém!

Autor Gabriel de Melo. Bacharelando em Teologia pela Unigran.



FERREIRA, Franklin. Deus Trindade: Agostinho de Hipona e o dogma trinitariano. Disponível em: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=458 acessado em:21/06/2016