segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Serpentes no Deserto - João 3.14-15

  Tantas falas de Jesus são consideradas tão importantes, mas muitas vezes não conseguimos entender nada! Parece que tudo deveria ser mais claro. Porém, esquecemos de ver a quantidade de anos que tem o texto bíblico, a cultura do povo que estava ouvindo naquele exato momento, e esquecemos de qualquer texto que pode estar relacionado direta ou indiretamente com o discurso de Jesus. Talvez esse texto de João 3.14-15 pode ser um deles. Mas quando discernido corretamente pode ser um dos textos mais lindos de toda a Bíblia.
  
  É interessante perceber a forma como as falas de Jesus eram embasadas no Antigo Testamento (Tanakh), sejam elas explicando uma passagem em sua forma literal ou utilizando-as como figuras ilustrativas.  Analisando João 3.14-15, podemos notar essa utilização de Jesus. Logo, para entender esta passagem é necessário entender Números 21.6-9. Colocamos lado a lado e começamos a entender o real significado dessa fala do Senhor Jesus.
  
  O povo judeu conhecia muito bem esta passagem. Eles cresciam ouvindo seus pais recitarem todo o Tanakh (Antigo Testamento), principalmente a Torah (Pentateuco, cujo livro de Números faz parte). Logo, o conhecimento dos ouvintes de Jesus naquele momento sobre este assunto era extremo. Por isso, não foi difícil a eles entenderem esse discurso como pode ser a nós. 

  A passagem de Números 21.6-9 demonstra um episódio do povo de Israel onde seu povo estava sendo atacado por serpentes venenosas no deserto. O texto deixa claro que muitas pessoas morreram. Por causa disso, Deus manda Moisés fazer uma serpente e colocá-la em um local visível ao povo. Quem olhasse para a serpente sobrevivia ao veneno mortal.

  Mas afinal, o que a passagem de Números tem em comum com o discurso de Jesus? O que ele quis dizer?!

  A realidade é que desde o Adão a humanidade está caída em pecado. Todos estão debaixo do pecado e condenados à morte. Não há um justo. Não há quem faça o certo. Seu livre-arbítrio está em apenas escolher qual dos pecados cometer, pois é escravo disso tudo! Este pecado que assola a humanidade desde o tempo de Adão é como uma serpente, ou melhor, é como o veneno de uma serpente. É mortal, impossível de tirar do corpo, e é questão de tempo para a morte.

  Porém, Deus enviou seu Filho para ser pendurado em um madeiro. E aí entramos na passagem de João 3.14-15. Como a serpente de bronze no deserto, assim é o Filho do Homem (Jesus). Todos que tem esse veneno em seus corpos (pecado) podem olhar para Cristo e sobreviver. Mesmo que a sentença seja de morte, pois o veneno é mortal, basta olhar para o Filho de Deus pendurado no madeiro e sobreviver. A salvação de todos os pecados e a libertação de todas as culpas, independente do que foi feito.




  Logo, podemos concluir que Jesus se referia ao veneno da serpente como o pecado, o povo de Israel como toda a humanidade e a serpente de bronze como seu sacrifício na cruz. Isso faz com que tenhamos uma passagem linda, pois demonstra de forma figurada todo o sacrifício e a verdade da salvação.


 Autor: Melo, Gabriel.




sexta-feira, 4 de novembro de 2016

“Até a tristeza salta de alegria”

Primeiramente quero aqui relatar que o principal alvo deste estudo é trazer o significado e a quem se aplica este versículo, pois nos meios populares muito é atribuído a “Deus”, sendo que nem no versículo aparece a menção de Javé.

Vejamos, 1° almeida, 2° NVI

O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai chama.
No seu pescoço reside a força; diante dele até a tristeza salta de prazer.
Jó 41:21,22 (Almeida)

Seu sopro faz o carvão pegar fogo, e da sua boca saltam chamas.
Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele.
Jó 41:21,22 (NVI)

Contexto da passagem: O relato, ou melhor, a conversa inicial de Jó com Javé propriamente dita, inicia-se no capitulo 38, onde Javé demonstra ao patriarca sua criação, “convencendo Jó de sua ignorância”.  Logo o contexto da mensagem é entorno da criação de Deus e sua explicação a um simples humano.

Capítulo 41: Desde o verso primeiro deste capitulo é uma alusão ao crocodilo, entretanto o animal ali relatado não possui uma interpretação unanimes entre os mais expoentes teólogos e lexicógrafos. Vale ressaltar que este pequeno estudo não visa descobrir se era (leviatã) um crocodilo, dinossauro ou dragão, mas uma animal, e no verso “22” a alusão é ao animal, e não a “Javé” (Deus).

דְּאָבָֽה׃ (də·’ā·ḇāh)- דאבה d ̂e’abah procedente de 1669; DITAT - 392a; n f 1) fraqueza, desalento, falência da energia mental (STRONG)

תָּד֥וּץ (tā·ḏūṣ) - duwts uma raiz primitiva; DITAT - 416; v 1) (Qal) saltar, dançar, pular (STRONG)

וּ֝לְפָנָ֗יו (ū·lə·p̄ā·nāw,) - ם paniym plural (mas sempre como sing.) de um substantivo não utilizado פנה paneh procedente de 6437; DITAT - 1782a; n. m. 1) face 1a) face, faces 1b) presença, pessoa 1c) rosto (de serafim or querubim) 1d) face (de animais) (STRONG)

עֹ֑ז (‘ōz) - ז̀ oz ou (completamente) עוז̀ owz procedente de 5810; DITAT - 1596b; n m 1) poder, força 1a) material ou física 1b) pessoal ou social ou política (STRONG).

יָלִ֣ין (yā·lîn) לון luwn ou לין liyn uma raiz primitiva; DITAT - 1096,1097; v 1) hospedar, ter um parada, passar a noite, habitar 1a) (Qal) 1a1) hospedar-se, passar a noite (STRONG).

בְּֽ֭צַוָּארוֹ (bə·ṣaw·wā·rōw) - ר tsavva’r ou צור tsavvar (Ne 3.5) ou צורן tsavvaron (Ct 4.9) ou (fem.) צוארה tsavva’rah (Mq 2.3) forma intensiva procedente de 6696 no sentido de ligar; DITAT - 1897a; n. m. 1) pescoço, nuca 1a) pescoço, nuca (referindo-se ao homem) 1b) pescoço (referindo-se aos animais) (STRONG)

Obs. Acima estão as palavras em hebraico dentro do versículo e seu significado separadamente, o intuito é demonstrar um breve mergulho no que consiste o texto.

Comentários bíblicos:

F.F. Bruce
Mas questionamos se o relato de atirar lampejos de luz com o seu forte sopro (v. 18- 21) deve ser levado muito a sério. Rowley observa que “quando o crocodilo sai da água, ele expele o seu sopro retido junto com a água em um jato quente da sua boca, e isso é parecido com um jato de fogo contra a luz do sol”, mas a poesia acerca do dragão que solta fogo como Leviatã não deveria ser reduzida a um nível tão prosaico. O que importa nesse poema em honra ao soberano sobre todos os orgulhosos (v. 34), i.e., os animais selvagens, é que o leitor consiga perceber o terror e a grandeza dessa criatura que é tão repulsiva e hostil ao homem. Leviatã é o clímax dos discursos de Javé a Jó, e o ponto dessa digressão para o reino animal não deixou de ser compreendido por Jó: o sofrimento é um crocodilo, um hipopótamo, apavorante e misterioso, e mesmo assim parte do mundo de Deus e detentor de um esplendor peculiar em si mesmo. (F.F. Bruce)

WIESBER
O crocodilo (Jó 41:1-34). O termo "leviatã" é a transliteração de uma palavra hebraica, cujo radical significa "envergar, retorcer". O termo era usado para descrever os "monstros marinhos" que, supostamente, habitavam o Mediterrâneo. É possível que Salmos 104:25, 26 seja uma referência a baleias ou a golfinhos. Os israelitas usavam essa palavra para descrever os inimigos (Is 27:1), especialmente o Egito (SI 74:13,14). Apocalipse 12:9 refere-se a Satanás como "a antiga serpente". Na mitologia, o leviatã era um monstro com várias cabeças que dominava sobre as águas e não temia homem algum.
... Quando o crocodilo agita as águas do rio e expele água, o sol reflete no vapor e parece fogo e fumaça saindo da boca de um dragão (vv. 18-21). Sua armadura é tão forte que pode ir a qualquer parte sem temer coisa alguma (vv. 22-24). Este capítulo encerra com uma descrição da ira e da coragem do crocodilo (vv. 2534). (WIESBER)

Mattew Henry
O hálito desta criatura é tão quente e feroz, devido ao grande calor natural interno, que se diz que tochas ardentes e faíscas de fogo, fumaça e uma chama saem de sua boca, de forma que alguém poderia pensar que isto seria suficiente para acender os carvões, w. 19-21. Provavelmente, estas expressões hiperbólicas são usadas a respeito do leviatã para sugerir o terror da ira de Deus, pois tudo isso tem o propósito de nos convencer deste terror. Da sua boca saiu fogo que consumia, Salmo 18.7,8. O assopro do Senhor como torrente de enxofre a acenderá, Isaías 30.33. O Senhor desfará o iníquo pelo assopro da sua boca, 2 Tessalonicenses 2.8. (4) Ele é de força invencível e de ferocidade muito terrível, de modo que amedronta a todos que passam pelo seu caminho, mas ele mesmo não é amedrontado por ninguém. Observe o seu pescoço: ali permanece a força. (Mattew Henry)

São Jerônimo
O nome pertence a um monstro mitológico do mar (cf. 3,8) e pode ser uma referência à mesma criatura que "Beemot". Mas a descrição insiste principalmente na ferocidade e na invulnerabilidade; provavelmente, trata- se de um dragão mítico retratado como um crocodilo gigante. (i) Você pode fazer dele um animal de estimação? (40,25-32). A mesma idéia que em 39,912 e o mesmo direcionamento direto. A idéia é meramente ridícula; contudo (está implícito) Iahweh pode jogar com leviatã como desejar. 25a. Este verso pode significar "pescar o leviatã com anzol", i.e., pegá-lo com anzol e linha como um peixe qualquer. (ii) Alguma coisa pode superá-lo? (41,1-26). A beligerância do crocodilo é descrito e, também, seu esconderijo, que é prova contra qualquer armadilha (vv. 4-9; cf. 18-21). Sua ferocidade é dada em termos mitológicos, como um dragão expelindo fogo (vv. 10-13); mesmo o oceano espanta-se com ele (v. 17). 25-26. Este monstro estarrecedor, superior a todas as feras, está além do controle humano. Contudo ele também é uma das criaturas de Iahweh, o qual se importa da qual se apraz. (São Jerônimo)

BEACON
As portas do seu rosto (14) seriam as suas mandíbulas. Em roda dos seus dentes está o terror. A expressão Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz (18) pode referir-se à luz brilhando sobre a água vaporizada das suas narinas. Os versículos 19-21 descrevem a noção popular de um monstro marinho que respira fogo e fumaça, como de uma panela fervente. . A grande força de Leviatã é descrita por meio de figuras como a força do seu pescoço (22), sua carne dura (23) e seu coração de pedra (24). Moffat traduz o versículo 22 da seguinte forma:
A força está no seu pescoço — todas as criaturas se contraem em terror diante dele. (BEACON)

CHAMPLIM
No seu pescoço reside a força. O pescoço do leviatã é indiscutivelmente poderoso, e o “terror dança perante ele" (Revised Standard Version). A King James Version diz “a tristeza se transforma em alegria perante ele”, tradução obviamente inferior e contrária à natureza temível do contexto. Nossa versão portuguesa diz: “diante dele salta o desespero”, uma boa descrição do que o caos pode fazer. Um crocodilo, entretanto, não faz as pessoas desmaiar, mas o sofrimento de inocentes as deixa desoladas, o que pode ser uma obra má do caos. Os vss. 24-30 ampliam a força extraordinária do monstro. Observe-se que o crocodilo não tem pescoço, mas o monstro marinho certamente tem um pescoço tão comprido que é como uma torre a projetar-se no ar. Pode-se imaginar um crocodilo com o pescoço parecido com o de um dragão? Isso já não seria um monstro, mas uma monstruosidade! Esse semideus, que é um monstro marinho, espalha terror por onde for. Portanto, os homens sofrem. Mas Deus o tem preso por uma corrente, como se fosse um bichinho de estimação com o qual ele brinca. Algum dia, a vida dos homens estará livre da influência do leviatã. Entrementes, a humanidade tem de viver pela fé. (CHAMPLIM)

Conclusão:

Referente ao verso “21” o mais correto seria “Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele.” (NVI), a tradução almeida as vezes gera um pouco de dúvidas, porém de forma clara expomos seu significado.

Vale ressaltar que as escrituras ela é singular e sua interpretação também, uma passagem não possui inúmeros significados e sim “um só”, o que algumas fazem é aplicar a algo “aplicabilidade”, e neste caso de Jó cap. 41.22 não seria ideal aplicar a Javé. Sei eu que nos Salmos está escrito “...Na presença do Senhor há abundância de alegria”, entretanto pegar versos e aplicar a outros requerendo por fim colocar Deus como o sujeito da mensagem, é como denegrir as escrituras. Exemplo, me baseio no método histórico gramatical, toda escritura possui um alvo muito deles foram na sua época e ocasião, então como procederemos? Simples, diga o alvo da mensagem explicando a alguém ou em sua roda religiosa, e por fim faça as aplicações de forma correta e cuidadosa.


Um abraço a todos.

PRICE, Ross; GRAY, C. Paul; GRIDE, J. Kenneth. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. 5. ed. Rio de Janeiro: Cpad, 2015. 5 v.

HENRY, Mattew. Comentário Bíblico de Mattew Henry. Rio de Janeiro: Cpad, 2010. 2 v.

Bíblia de Estudo de Genebra. 2° ed. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo : Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.  

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 2. ed. São Paulo: Hagnos, 2001. 2 v.

JERÔNIMO, São. Novo Comentário Bíblico: Antigo Testamento. 5. ed. São Paulo: Academia Cristã, 2007. 1 v.

STRONG, James. NUEVA CONCORDANCIA DE LA BIBLIA STRONG CONCISA. Usa: Thomas Nelson, 2002. 1879 p


Autor Jônatas Silva Daniel. Bacharelando em Teologia pela UNIGRAN

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Quem é o ladrão de João 10.10?


O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. João 10:10

Breve introdução:
Para se compreender o sentido da mensagem emitida naquela situação devamos observar “emissor” e “receptor” creio que seja a chave hermenêutica primaria nesta leitura, pois temos o emissor como Jesus e o receptor como “Judeus – líderes religiosos” , não obstante existe outro abismo que nos afasta de uma interpretação mais plausível, por isso mediante a uma exegese mais profunda será possível fundamentar minha opinião, pois só poderia exercer minha intelectualidade com informações para assim decifra-la formando uma hermenêutica mais plausível e louvável.

Breve contexto histórico teológico judeu:
Quando se compreende a Torá, as portas antes fechada a interpretação bíblica, abre-se, pois a Torá permeia até hoje, pasmem, mais permeia e é ainda aplica ao novo testamento. A Torá de Javé quis afastar Israel das práticas pagãs e com uma forma de isolamento, deixá-los aprender junto a Torá um modelo integro e posteriormente repassar as outras nações. Pontos a serem analisados.
Israel estava em um lugar de servidão e escravidão na terra do Egito. Não tinham descanso nenhum, todo dia havia trabalho e cargas altas de serviço que eram feitos pelo Judeus. Não havia esperança entre eles de uma vida melhor, todos escravos.
Javé propôs a Torá (sabendo que ela não se resumi ao decálogo), na mesma visava uma sociedade sem monarquia, e totalmente solidaria e ajudadora, uma fraternidade, Leis como da respinga, ano sabático, dízimos, jubileu, favoreciam os pobres, viúvas, estrangeiros carentes e levitas. A Torá não é apenas ato ritualístico como alguém pensa, e sim, solidária, mantenedora, e de forte união, ao ponto que tudo eram feitos para não haver pobres e sofrimento no meio do povo.
Após instaurada a monarquia, o rei despreza a Torá e a deixa apenas como ato ritualístico e isto permeia até hoje, e no tempo de Jesus eram assim, observe que “amar o próximo com a si mesmo, depende todo a LEI e os PROFETAS.
Jesus a partir do cap.9, cura o cego, faz um ato milagroso e lindo, porém os líderes religiosos judeus o interrogavam como sendo pecador e expulsaram da sinagoga (uma vez expulso nunca mais poderia voltar a mesma) ao ponto que os pais do cego omitiram a cura frente a pressão eclesiástica judaica.
Logo a interpretação de João cap.10 permeia “ato religioso ritualístico da Torá” e “ato benevolente e libertador da Torá”. Cristo Jesus demonstra através da cura do cego, uns dos reais objetivos da Leis (instrução).

Análise das palavras chaves do texto:

Ladrão: João 10.1, 8,10 -  κλε πτ ης kleptes de 2813; TDNT - 3:754,441; n m 1) defraudador, ratoneiro 1a) o nome é transferido para falsos mestres, que não cuidam em instruir homens, mas abusam de sua confiança para o seu próprio ganho Sinônimos ver verbete 5856
[5856 - Sinônimos Ver Definição para kleptes 2812 Ver Definição para lestes 3027 2812 - denota alguém que rouba com discrição 3027 - denota alguém que rouba abertamente] (STRONG).

Obs.: Ladrão em seu sentido semântico (grego koiné) é ladrão/ falso mestre. Nas três passagens aparece o termo “Kleptes”. Logo o “receptor” da mensagem eram os falsos líderes religiosos de Israel denominados de salteadores ou ladrões. Na cultura judaica, ladrão é aquele que rouba em domicilio.

A palavra Klepts-ladrão aparece na bíblia novo testamento 17 vezes, vejamos:


  1.     Forma metafórica refere-se para imprevisibilidade da volta de cristo (ocorre seis vezes: em Mt 24.43, Lc 12.39, 1 Ts 5. 22,24, 2° Pedro 3.10, Ap 16.13)
  2.       Forma literal, um ladrão propriamente dito: (Mt 6.19, 21.13, Mc 11.17, Lc 12.33, I Co 6.19, 1pedro 4.15)
  3.   Forma metafórica utilizada para refere-se aos maus líderes religiosos: (João 10.1, 8, 10.)
  4.   Forma literal a Judas uma única vez: (João 12.6)
  5.    Metafórica para refere-se a imprevisibilidade do juízo de cristo sobre a igreja de Sardes: (Ap 3.3)

Salteador: João 10.1, 8. -  λησ της “lestes” de leizomai (saquear); TDNT - 4:257,532; n m 1) ladrão, saqueador, flibusteiro, bandido Sinônimos ver verbete 5856(STRONG) (mesmo acima).

Obs.: Palavra parecidas, porém indicam uma mesma causa, os maus líderes religiosos de Israel, “roubam (não instrui corretamente, não aplicam a Torá), e salteiam/saqueiam (exigem todo o aparato legal da lei como: ato Cúltico, sacrifícios, ofertas e dízimos).  Na cultura judaica refere-se a um assaltante no meio do caminho.

Ovelha: προβα τι κο ς probatikos de 4263; adj 1) relativo a ovelhas 2) portão das ovelhas. (STRONG). O sentido da ovelha neste texto é figurativo, pois aplica a homens. A ovelha representa todos os seres humanos (judeus no momento).

Porta: θυρ α thura aparentemente, uma palavra raiz de [cf “porta”]; TDNT - 3:173,340; n f 1) porta 1a) vestíbulo 1b) usado de qualquer abertura como uma porta, entrada, caminho ou passagem 1c) em uma parábola ou metáfora 1c1) porta através da qual as ovelhas entram e saem, nome daquele que traz salvação para aqueles que seguem a sua orientação (STRONG).

Mercenário: μισθ ωτ ος misthotos de 3409; TDNT - 4:695,599; adj 1) empregado, mercenário (STRONG).
Alguém que visa o lucro.

Fomentação da analise hermenêutica do AT e NT – Ezequiel 34/ João 10.

Ezequiel 34
João 10
Jeová - Pastor
Jesus - Pastor
Maus pastores, que retiram as lãs das ovelhas.
Maus líderes religiosos que usurpam as ovelhas
As ovelhas estão espalhadas devido os maus pastores não cuidarem.
Ovelhas espalhadas, Jesus quer unir de volta.
Deus procura as próprias ovelhas
Jesus procura as próprias ovelhas
Apascentarei minhas ovelhas
Jesus apascentarei minhas ovelhas
A perdida buscarei
A perdida buscarei
Ladrão os líderes religiosos
Ladrão os líderes religiosos

Logo Jesus usa como pano de fundo o texto veterotestamentário de Ezequiel o profeta, o qual profere bênçãos as ovelhas, e juízo aos maus líderes, igualmente a Jesus.
O ladrão rouba a lã, usurpa por meio de pedincho e formas de ofertas, por manter-se no poder eclesiástico tem domínio sobre a Lei ao ponto de lubridiar os mais simples em heresias perversas. O Mercenário visa o lucro, também refere a uns líderes de Israel.
Jesus veio dar vida e com abundancia, diz respeito ao mantimento e não vida eterna naquele contexto. O porteiro é Deus Pai o mesmo abre as ovelhas e o Pastor Jesus conduz a verdes pastos.

Conclusão: Jesus demonstra como ruins são os líderes religiosos e os fariseus, pois sabiam das escrituras por ser mestres, entretanto visava o lucro, ganancia e de várias maneiras retiravam a lã das ovelhas. Todo o aparato exegético foi mencionado em cada figura, e o sentido literário do texto de João 10 não é alegoria, e sim descritivo. Por mais que o Diabo/Satanás ele tenta fazer os filhos de Deus tropeçar com setas malignas, ele não tem poder sobre a vida e nem sobre a morte. Uma outra chave de interpretação possa dizer que os líderes religiosos maus são permeados por demônios e este levam a usurpar e desmoralizar as ovelhas do Senhor, entretanto esta seria uma aplicação pessoal em algum determinado contexto atual, e não no contexto de João 10.10. A ênfase em relacionar o “Ladrão” ao “Diabo” é totalmente popular, e dentro dos que procurei eruditos e biblistas todos, repito “todos” indicam falsos líderes religiosos e fariseus.
“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.”  Mateus 7:15

Espero ter ajudado a quem procurou entender um pouco mais sobre a Bíblia. Meu forte abraço, e que Deus lhe abençoe.

LIMA, Terezinha Bazé. Métodos e Técnicas de Pesquisa. Dourados. UNIGRAN,2016.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. 1952 p.

PRICE, Ross; GRAY, C. Paul; GRIDE, J. Kenneth. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. 5. ed. Rio de Janeiro: Cpad, 2015. 5 v.

HENRY, Mattew. Comentário Bíblico de Mattew Henry. Rio de Janeiro: Cpad, 2010. 6 v.

Bíblia de Estudo de Genebra. 2° ed. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo : Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.  

MATOS, Givaldo Mauro de. História de Israel e Estudos nas Leis. Dourados: Unigran, 2016. 128 p.

STRONG, James. NUEVA CONCORDANCIA DE LA BIBLIA STRONG CONCISA. Usa: Thomas Nelson, 2002. 1879 p.


Autor Jônatas Silva Daniel. Bacharelando em Teologia pela UNIGRAN 

domingo, 25 de setembro de 2016

Desvendando o “Dom de Línguas” – Uma análise Judaico-Messiânica


Um dos objetos de estudo da teologia mais apreciado e estudado ao longo dos séculos é a profecia e o ato de profetizar. Tanto nos meios judaicos como nos meios cristãos, tem-se a figura do profeta נביא (Naví, em hebraico) como uma autoridade divina, sendo o “porta-voz” da vontade e do direcionamento de Deus a indivíduos e nações. Às vezes honrados e quase sempre perseguidos exatamente pela legitimidade de seu dom, os profetas hebreus desempenham um papel fundamental para a compreensão do Deus criador e seus propósitos para Israel e para a humanidade. Porém, este fenômeno bíblico, que em hebraico é chamado de  נְבוּאָה “Nevuá” (profecia), é bem mais vasto e rico do que sua simples tradução nos apresenta. O conceito de “profetizar” assumiu uma compreensão comum de “prever o futuro”, “anunciar juízos” ou “proferir bênçãos”. Porém, uma rápida análise semântica das ocorrências na Tanách do ato de “profetizar” nos mostra que tal fenômeno vai muito além das ações supra citadas, como veremos a seguir.
Como fruto da observação do fenômeno da profecia (Nevuá) nas Escrituras, encontramos um outro tipo de manifestação do ato de profetizar. A chamada “profecia extática” também pode ser evidenciada ao longo dos relatos Bíblicos, juntamente com a profecia “clássica” de antever, predizer ou anunciar claramente a vontade divina. Na profecia extática (que permeia o êxtase), vemos pessoas de variados contextos e origens sendo cheias da inspiração divina (Rúach ou Espírito de Deus) e traduzindo tal conteúdo espiritual (aparentemente desprovidas do ‘filtro’ do intelecto e da linguagem), externando os efeitos de tal experiência através da voz. Os sons emitidos por alguém que passa por esse tipo de “Nevuá” nem sempre obedecem às regras de linguagem que conhecemos. Muitas vezes, são externados sons e palavras que não são parte de uma língua conhecida ou falada, mas que, apesar disso, fazem parte do processo sobrenatural da Nevuá. Tal processo não se desdobra apenas na expressão de sons, mas também na COMPREENSÃO desses sons por parte de seus ouvintes. Em algumas ocorrências, como Números 11:25 ou I Sm 19:20, vemos que este tipo de profecia extática tem como principal objetivo servir de sinal e comprovação da operação divina a um público ou indivíduo específico.
Assim, a NEVUÁ extática é muitas vezes evidenciada em duas frentes:
1. Um emissor que FALA “em êxtase” pelo Rúach (à esse fenômeno a psicologia patológica dá o nome de línguas extáticas ou glossolalia);
2. Um receptor que ENTENDE pelo Rúach os sons incompreensíveis do emissor “em Nevuá” como se estivessem sendo proferidos em sua própria língua.
O famoso escritor e historiador judeu Joseph Klauser, em seu livro “From Jesus to Paul”, aborda o fenômeno Bíblico da “Nevuá” (glossolalia) conectando-o também aos eventos e relatos do Novo Testamento em Atos cap. 02,  I Co cap. 12 e cap. 14. (KLAUSNER, p. 273).
A psicologia também tenta, há décadas, entender este tipo especial de NEVUÁ. À ele foi dado o nome de GLOSSOLALIA (*) , que significa, “variedade de palavras”. Hoje, a psicologia já conseguiu explicar como o processo se desenvolve no cérebro do indivíduo, atestando sua veracidade. Segundo os estudos feitos, a glossolalia é um estado emocional que permeia o êxtase, não afetado pelo intelecto, externado pela pessoa através de uma “supra-linguagem” com sons e palavras incompreensíveis ao intelecto, mas que carregam a essência do que está enchendo a “psiqué” (alma) do portador.
Às vezes, este fenômeno da NEVUÁ ocorre nos relatos da TORÁ, sendo erroneamente traduzido como “profecia”, o que confunde o entendimento do leitor e leva-o a interpretar tal ato de “profecia” como um simples “predizer o futuro”. É claro que existe a profecia clássica onde se declara a palavra de Deus clara e diretamente, prevendo acontecimentos ou juízos. Porém, há fenômenos de Nevuá extática nas Escrituras que são mascarados sob a fraca tradução de “profecia”. Dentre os vários exemplos, podemos citar a ocasião em que o Rei Saul envia mensageiros para trazerem Davi, o qual estava na Casa dos Profetas, presidida pelo profeta SAMUEL. O texto diz:
“Foi dito a Saul: Eis que Davi está na casa dos profetas, em Ramá. Então, enviou Saul mensageiros para trazerem Davi, os quais viram um grupo de profetas profetizando, onde estava Samuel, que lhes presidia; e o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram (teNAVU). Avisado disto, Saul enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram (teNAVÚ); então, enviou Saul ainda uns terceiros, os quais também profetizaram (teNAVÚ). Então, foi também ele mesmo a Ramá e, chegando ao poço grande que estava em Seco, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responderam-lhe: Eis que estão na casa dos profetas, em Ramá. Então, foi para a casa dos profetas, em Ramá; e o mesmo ESPÍRITO DE DEUS O ENCHEU, que, caminhando, profetizava (itNAVÊ) até chegar à casa dos profetas, em Ramá. Também ele despiu a sua túnica, e profetizou diante de Samuel, e, sem ela, esteve deitado em terra todo aquele dia e toda aquela noite; pelo que se diz: Está também Saul entre os profetas?” (1Sm 19:19-24)

O Rei Saul “profetizando” com os profetas – James Tissot
Nesta e em várias outras ocasiões nos relatos bíblicos, vemos que o ato traduzido como “profetizar” não se caracteriza por um discurso direto e compreensível para uma platéia específica (pois tal cenário não existiu em tais ocasiões). Vemos aqui um fenômeno causado pelo encher do Rúach que é externado através de sons e palavras incompreensíveis ao intelecto, mas compreensíveis ao próprio Espírito. Isso é o que chamamos de profecia extática. É importante notar que, geralmente, quem escreve sobre um evento onde ocorreu uma profecia extática não escreve sobre o conteúdo dessa profecia, provavelmente pois o ouvinte não conseguia compreender o emissor. Apenas quando o ouvinte também é influenciado pela mesma fonte (Rúach), ele consegue compreender o conteúdo deste tipo de NEVUÁ.
Se notarmos também o evento ocorrido em ATOS capítulo 02, podemos ver que o que ocorreu assemelha-se muito ao processo de NEVUÁ (glossolalia) como os relatados no Tanách:
“…de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados (…) Todos ficaram CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. (…) tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. (…) Outros, porém, zombando, diziam: Estão EMBREAGADOS! Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: (…) Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas PROFETIZARÃO (NIVÚ), vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos;”  (At 2:2-17)
Vemos claramente que Shimon (Pedro) ao explicar para a multidão atônita sobre o fenômeno descrito acima, cita o profeta Joel cap. 02:28, afirmando que eles “NIVU” – PROFETIZARAM (não no sentido clássico de “profecia” – declarar ou prever juízos ou acontecimento futuros, mas da mesma forma que Saul profetizou em I Sm cap. 19). Tal como a Nevuá extática, o fenômeno ocorreu como sinal e comprovação do mover de Deus. O Eterno, visando testemunhar para os presentes e impactá-los com tal acontecimento, concede que parte da multidão pudesse compreender (cada um em sua língua natal) o que os discípulos “profetizavam”. Por esta razão, vemos que uma outra parte da multidão NÃO compreende e afirma que os discípulos estavam “bêbados” (At 2:13).
Ora, mesmo que um judeu do 1º século não falasse árabe, não seria difícil perceber quando alguém falasse o idioma árabe próximo a ele. Mesmo que não se entendesse o grego, um judeu do Egito daquela época poderia discernir quando alguém falasse grego próximo a ele, pois os sons e a entonação lhes seriam familiares. Assim, é certo que os judeus estrangeiros que ali estavam e que afirmaram que os discípulos estavam “bêbados”, não estavam escutando línguas existentes (como o árabe, o persa, ou o grego), mas sim, sons incompreensíveis ao intelecto, o que os fez pensar que tais homens estivessem bêbados. Isso caracteriza uma NEVUÁ extática ou GLOSSOLALIA. Por esta razão, vemos não existir diferença entre o fenômeno descrito em Nm 11:25, em I Sm cap. 19, em At cap. 02 ou explicado pelo rabino Shaul (Paulo) em I Co cap 12 e cap. 14. A NEVUÁ e o chamado “dom de Línguas” representam O MESMO AGIR SOBRENATURAL pelo Espírito de Deus. Todos são relatos e descrições do MESMO fenômeno Espiritual que nunca foi EXCLUSIVO do NOVO TESTAMENTO, mas sim, um mover e um dom do ETERNO já presente ao longo de toda a Tanách. É necessário, no entanto, perceber que Paulo refere-se ao dom da profecia extática como “variedade de línguas” ou “línguas estranhas” exatamente para diferenciá-lo do dom da Profecia clássica. O chamado “dom de línguas” não representa o falar em idiomas conhecidos pelo homem, como explicado claramente pelo Apóstolo: “Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que NINGÚEM o entende, e em espírito fala mistérios.” [1Co 14:2 ARA]). Quando alguém fala em línguas e outro ouvinte consegue entender como se fosse em seu próprio idioma, tem-se evidenciado uma intervenção divina (também chamado por Paulo de “dom de interpretação de línguas” – ICo 14:27-28).

Shimon Keifa (Pedro) explicando o evento ocorrido durante Shavuot, em Jerusalém: “Eles profetizaram”!
Portanto, como conclusão desse breve artigo, é necessário chamar a atenção do leitor para o grande ceticismo moderno presente em alguns meios judaicos e também cristãos sobre a autenticidade e veracidade do fenômeno da profecia extática (glossolalia). Esse descrédito é compreensível considerando-se que nos últimos 150 anos, nos meios evangélicos pentecostais de várias partes do mundo (e recentemente nos meios católicos carismáticos), vemos o exercício de uma prática chamada “orar em línguas”, onde pessoas são ensinadas a exercer o dom de “línguas estranhas” ou “línguas espirituais” acreditando-se ser o “dom de línguas estranhas” mencionado pelo apóstolo Paulo. Não é intenção deste artigo justificar, julgar, comprovar, incentivar ou deslegitimar tal fenômeno pentecostal cristão. Porém, mesmo que o leitor julgue não existir paralelos entre as práticas pentecostais pós-modernas e a Nevuá extática Bíblica, deve-se ter em mente que o fenômeno da Nevuá (ou línguas extáticas) nas Escrituras é um fato inegável, perfeitamente passível de ser evidenciado em nossos dias da mesma forma com que era evidenciado entre o povo hebreu e nas várias comunidades de discípulos de Yeshua (Jesus) ao longo do 1º século. O verdadeiro “dom de línguas”, tal como explicado neste artigo, existe e pode ser testemunhado e comprovado não só nos meios judaicos atuais, mas também em alguns meios cristãos.

(*) Como explicado no artigo, o DOM de línguas ou נְבוּאָה  (Nevuá – Profecia Extática) é uma manifestação do Rúach na ALMA e no Espírito do indivíduo. É a expressão de um “encher” do Espírito de Deus. No entanto, o ser humano pode, perfeitamente, se encher de “outros” espíritos de outras origens. Todos  já viram ou assistiram imagens de pessoas possessas, tomadas por demônios, as quais também passam a proferir palavras sem nenhum sentido ao intelecto humano, mas com certeza com um significado no mundo espiritual. Assim, a “glossolalia” como fenômeno psicológico, pode também ser evidenciado em OUTROS ambientes e com OUTRAS fontes. Porém, chamamos de “dom de línguas” ou profecia extática (Nevuá) APENAS quando quando tal fenômeno  (glossolalia) é originado e 100% controlado por influência do Espírito de Deus.

Autor: 

Nascido em 1977, Matheus é descendente de Judeus com origem na Itália e em Portugal. É graduado em Comunicação Social (PUC-MG) tendo também estudado teologia com ênfase em Estudos Judaicos (EUA) e Hebraico e Cultura Judaica (Israel). Atua como professor na Sinagoga Har Tzion, em Belo Horizonte, desde 2001. Atualmente, é vice-presidente do Ministério Ensinando de Sião – Brasil, diretor do CATES (Centro Avançado de Teologia Ensinando de Sião), da TVSIAO.COM e um dos líderes da Sinagoga Har Tzion. Matheus é casado com Tatiane e tem dois lindos filhos, Daniel e Benjamin. (facebook.com/mzandonna)

Referência homepage:

GUIMARÃES, Matheus Zandona. Desvendando o “Dom de Línguas” – Uma análise Judaico-Messiânica. Disponível em <http://ensinandodesiao.org.br/artigos-e-estudos/desvendando-o-dom-de-linguas-uma-analise-judaico-messianica/>. Acesso em: 25 set. 2016.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

TUDO SOBRE O DÍZIMO


Dízimo vale para o novo testamento? Como procede a entrega do dizimo? Como era o dizimo no antigo testamento? Algumas respostas serão respondidas sistematicamente logo abaixo.

Primeiramente quero aqui deixar claro que este artigo é de total pensamento meu, e no caso segundo meus estudos e aprofundamentos no assunto, cheguei a algumas conclusões, sendo que minha ação não é de ser “franco-atirador” e sim segundo a interpretação bíblica existe problemas as quais pessoas encobrem ou deixam de mencionar quando falado sobre o dizimo.

O que significa dízimo?

Termo hebraico: מעשר ma ̀aser ou מעשר ma ̀asar e (no pl.) fem. מעשרה ma ̀asrah procedente de 6240; DITAT - 1711h; n m 1) dízimo, décima parte 1a) décima parte 1b) dízimo, pagamento de uma décima parte (STRONG).
עשר̀ asar uma raiz primitiva; DITAT - 1711c; v. 1) pagar o dízimo, tomar a décima parte de, dar o dízimo, receber o dízimo 1a) (Qal) pagar o dízimo 1b) (Piel) dar o dízimo 1c) (Hifil) receber o dízimo (STRONG).

Termo grego koiné: αποδ εκ ατευ ω apodekatoo de 575 e 1183; v 1) dar, pagar um dízimo de algo 2) cobrar, receber um décimo de alguém (STRONG)
δε κατη dekate feminino de 1182; adj 1) décima parte de algo, dízimo 1a) décima parte do saque tomado de um inimigo 1b) dízimo dos frutos da terra e do rebanhos, que pela lei de Moisés eram entregues aos Levitas na congregação de Israel (STRONG)

No antigo testamento este era o significado, décima parte, de tudo quanto tinha era entregue aos levitas sacerdotes, e quando digo tudo era tudo, lembra nos evangelhos quando os fariseus entregaram até o dizimo da hortelã? hortelã é uma erva daninha que cresce no quintal, até disto era entregue.
Conclusão: Dízimo significa décima parte, no antigo testamento décima parte de tudo.

Dízimo antes da LEI

Gênesis 14:17-20. E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. (Almeida corrida e Revisada Fiel).


Pontos a ser observado: 1° Abrão provavelmente agradecido por salvar Ló seu sobrinho, por isso deu o dízimo; 2°Entregou o dízimo mas não foi ordenança de Deus; 3° Vontade própria de Abrão entregar o dízimo; 4° Abrão entrega uma única vez em sua vida; 5° A expressão tudo seria provavelmente os seus rebanhos, iguarias, e talvez joias; 6° Este dízimo veio depois de uma vitória militar, provavelmente o que deu, isto adquiriu em guerra.

Gênesis 28:20-22. E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a ser observado: 1°Jacó teve um sonho, o qual, anjos desciam e subiam uma escada, e nisto foi feito grandes promessas a Jacó; 2° Jacó fez um voto ex: se Tu me abençoar dou o dízimo (nesta benção que Jacó queria, era comida roupa e segurança na viagem); 3° Na bíblia não diz que Jacó cumpriu a promessa; 4° Jacó teve momentos de pouca comida (tempo do seu filho José); 5° Uma única vez Jacó tentou ou deu o dizimo, e por cima com barganha.

Conclusão: Não há evidencia alguma de Deus IHVH incentivar aqui o dízimo ou pedir o mesmo, não há relato nenhum que esta pratica era comum entre eles, os dízimos dados de Jacó e Abrão são momentos singulares e não contínuos, logo usar o ‘’ Antes da Lei” já havia dizimo é ser um tanto prepotente e falacioso, no intuito de forçar texto cometendo uma “eisegese”.

Dízimo sob A LEI Mosaica.

Levítico 27:30-33.Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a ser observado: 1° Todo o fruto do campo dever ser entregue (provavelmente no dia da colheita), 2° gados e animais a décima parte (provavelmente da criação); 3° Quem não entregasse deveria além de entregar o dizimo correto mais uma 1/5 parte em cima do haveria de entregar corretamente; 4° Era entregue aos sacerdotes alimentando-os e também os Levitas (uma das 12 tribos 1/12); 5° Provavelmente seria anual a colheita sendo assim o dizimo também; 6° não incluía moedas, joias, produtos fabricados.
  

Números 18:20-24. Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniquidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a ser observado: 1° TODO o dízimo eram para os Levitas que era uma tribo, pois não receberam da parte do Senhor nenhuma terra; 2° Teriam os Levitas de dar o dizimo dos dízimos ao Senhor provavelmente em sacrifício aos Sacerdotes; 3° “...E o comereis em todo o lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação.” Números 18.31, para isto era o dizimo para mantimento de uma tribo em meio a doze, para a mesma exercer o ministério da congregação; 4° Apenas Levitas tinha este direito, no caso nenhum descendente de outra tribo poderia ser ministro do tabernáculo, logo apenas Levitas poderiam receber o dizimo.

Deuteronômio 14:22-27. Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a ser observado: 1° todo ano ao recolher fruto da terra deves dar ao Senhor (entregar aos Levitas); 2°Dízimo para festival religiosos, festas dos Judeus, 3° Poderiam vender e trazer em dinheiro, para a festa em Jerusalém que eles subiriam a Jerusalém; 4° Poderia com o dinheiro comprar o que quiser e se saciar, entretanto nunca desamparando os levitas; 5° seria uma segunda forma de dízimo.


Deuteronômio 14:28-29. Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados: 1° Dízimo de três em três anos; 2° terceira forma de dízimo; 3° Os dízimos seriam a ORFÂOS, VIUVAS, LEVITAS, e nunca vi isso nos que implicam o dizimo para a igreja contemporânea, 4° Ao povo Israelita.

Neemias 12:44. Também no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados: 1° Texto diz que os dízimos eram exigências da Lei, 2° Oficio do templo para mantimento dos Levitas e Sacerdotes, 3° Na Nova Aliança não tem templo e nem Sacerdote e Levitas, pois somos sacerdotes reais, temos o Sumo Sacerdote, mudando o Sacerdote muda Lei neste quesito, Jesus novo Sacerdote.

Malaquias 3:8-12.Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados:  Verso 8’, 1° roubaram do Senhor dízimos e ofertas por ser obrigatório a entrega no tempo da Lei Mosaica, e nisto roubam a Deus; Verso 9’, 2° Toda a nação fica amaldiçoada por roubar os dízimos; Verso 10’, 3° Trazer o dízimo para que haja mantimento na casa do tesouro, esta casa dos sacerdotes e mantimento dos levitas.

Deus anexa uma promessa gloriosa à sua ordem de dizimar: E depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança (10). Esta é, literalmente, uma promessa de chuva (cf. Gn 7.11; 8.2; 2 Rs 7.2,19). A frase sugere que os judeus passavam por seca e colheitas ruins. Mesmo assim, o sinal de chuva era símbolo de bênçãos (ver Zc 10.1; 14.17). Que dela vos advenha a maior abastança é mais habilmente traduzido por “uma bênção mais do que suficiente” (VBB;cf. ARA). E repreenderei o devorador, ou seja, “o gafanhoto ou a seca ou o crestamento ou o mofo ou o granizo, o que quer que naquele tempo fosse o devorador”. 8 A promessa continua: Para que não vos consuma o fi*uto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos exércitos (11). (BEACON, 2013).

CONCLUSÂO:  Usar a Lei e antes dela para formular a obrigatoriedade do dízimo é um tanto arrogante, é como forçar textos a se encaixar em nosso jeito de olhar as escrituras. Dizer que dízimo é um ato de fé conforme o AT, também é pretenciosidade e faciosidade, pois não há maneiras de ser coerente com a escritura. Segue abaixo a forma correta caso queira seguir.

Ter uma terra para cultiva-la, ter espaço para criação de animais conforme a Lei mosaica pedi, plantar grãos, frutas e legumes, e não remover ervas daninhas.
Após o primeiro passo, entregar a um descendente de Levi, caso não encontre continue procurando, e um sacerdote descendente de Arão que efetue trabalho no templo em Jerusalém.
Suas colheitas devem ser observadas também para festas, lembra da 2°segunda parte do dizimo? Então segue ai: Pães Asmos, Páscoa, Pentecostes, Tabernáculos.
Muitas das vezes dar 20 por cento e terá ano de entregar 30 portento, lembras da 3° parte do dizimo? Então a viúva, órfãos..., não pode esquecer hein.
Saber que Deus amaldiçoara toda a não por não entregar o dizimo corretamente, e olha que pelo visto vai ter bastante maldição, fechando tudo que pode, e deixando o crente insuficientemente se finanças e sem colheitas e sem gado
Lhe pergunto conseguis cumprir? Você que impõe a seu irmão esse fardo? Você Pastor que ensina o dizimo o cumpris? Hipócritas, hipócritas, são semelhantes aos líderes religiosos do tempo de Cristo.
Todos sabem que Cristo aboliu o sacerdócio levítico, os sacrifícios de animais e as ofertas religiosas. Sabemos disto então não tente dar uma de espertinho enfrente a Leigos membros, pois sabe que em um debate não sairias como hipócrita.



Dizimo no Novo Testamento (Nova aliança).

No novo Testamento há apenas 04(quatro) passagens que citam dizimo, muito pouca frente ao Antigo Testamento, analisaremos cada uma delas e veremos que alguns usam de argumentos falaciosos para interpretar estas passagens.

Mateus 23:23. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados: 1° a Lei do AT ainda estava em vigor, logo tudo do AT estava em vigor, mudou algumas coisas após a ressurreição de Jesus; 2° Fariseus e Escribas homens dotados na Lei e nas pequenas coisas, dizimavam de ervas daninhas, fruto do campo e não dinheiro (naquele tempo já havia moedas); 3° Cristo vê que fazem bem em dizimar estas ervas daninhas e fruto do campo ao sacerdote e Levitas, porém faltavam amor; 4° Ainda AT, logo este verso não pode se referir a algo ou mandamento de Jesus para dar dizimo; 5° e se uns usam disto, cobrem tudo conforme o AT e as ervas daninhas, todos estamos amaldiçoados se for assim.

Lucas 18:11-13.  O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados:  Apenas um é o suficiente, o Fariseu seguia a Lei mosaica pois a mesma ainda estava em vigor de forma plena, pois não havia ainda Cristo morrido e ressuscitado.

Hebreus 7:1-10. Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão. Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados: 1° Este texto tem por objetivo mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo; 2° Mostrar que Cristo é nosso sumo sacerdote e não mais o sacerdócio Levítico; 3° Advertência a não voltar a forma de Sacerdócio Levítico; 4°Não fala que devemos dar o dizimo, apenas relata praticas da Antiga Aliança.

Conclusão: Não há nenhuma passagem no novo testamento sobre dizimar, no sentido de que os crentes deveriam dizimar, não há nenhuma pratica de dízimo após cristo fazer o pacto da nova aliança, eu lhe pergunto será que foram poucos os argumentos aqui proposto, isto que não quis me estender, senão vira livro (risos). Entretanto o dadiva existe na nova aliança e é muito mencionado, vou falar a seguir sobre o mesmo. Vou colocar em sequência os versículos e depois eu comento.

2 Coríntios 9:7Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

2 Coríntios 8:3. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. (Almeida corrida e Revisada Fiel). (Grifo meu).
2 Coríntios 8:9. Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

1 Timóteo 6:18,19. Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam se apoderar da vida eterna. (Almeida corrida e Revisada Fiel).
Pontos a serem observados: 1° Contribuição voluntaria; 2° imitar a Cristo e assim ajudando ao próximo.



Dadivar no Novo Testamento


1Coríntios 16:1,2. Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Atos11:27-30”...E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo. (Almeida corrida e Revisada Fiel).

Pontos a serem observados: 1° É obrigatório contribui com a igreja, ajudando a mantê-la, mais agora que virou instituição e depende das ofertas; 2° Creio que devemos contribuir conforme sentimos em nosso coração, lembrando não vale aquele 10$ de quem ganha uma quantia considerável, e muito menos o que ganha muito ofertar tão pouco.

Proposito do dadivar, abaixo os versículos, porém sem nenhuma observância minha, o texto já está muito longo. 
Atos 2. 44-45
1 João 3. 17
Gálatas 6. 9-10
Mateus 25. 31-40
1 Timóteo 5.16
Mateus 12.50                                                
1 Timóteo 5.17-18 (salário pastoral – presbítero)
1 Coríntios 9:6­-14 (dignos de salário quem faz a obra)
Filipenses 4:15­-18
Lucas 12:33-­34
Efésios 4:28 
Tiago 1:27
Mateus 6:1­4 Como fazer nosso dadivar? Secretamente como elucidam as passagens
2 Coríntios 8:3­4 De coração e voluntariamente
2 Coríntios 9:6 Grau da semeadura
Provérbios 19:17
Provérbios 11:24­-25

CONCLUSÃO

O dizimo não se aplica mais no novo testamento, era uma obrigação a nação israelita no antigo pacto que vigorou até o sacrifício expiatório de Jesus Cristo, porém devemos dadivar espontaneamente de coração e com alegria, lembrando que obreiros devem receber salários e são dignos, e que para manter a instituição devemos dadivar,  sempre lembrando que tudo deve ser feito secretamente, seja em forma de caridade, em forma social, ou entregando em sua denominação. Que a paz de Cristo e seu testemunho mediante a verdade que é a palavra de Deus os ilumine para seguir conforme Deus propôs que fosse. Paz a todos

LIMA, Terezinha Bazé. Métodos e Técnicas de Pesquisa. Dourados. UNIGRAN,2016.

NOGUEIRA, Sergio. Estudos no NT: Os Evangelhos e Atos. UNIGRAN,2016.

Bíblia de Estudo de Genebra. 2° ed. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo : Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm. 

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. 1952 p.

PRICE, Ross; GRAY, C. Paul; GRIDE, J. Kenneth. Comentário Bíblico Beacon: Novo Testamento. 5. ed. Rio de Janeiro: Cpad, 2015. 5 v.

HENRY, Mattew. Comentário Bíblico de Mattew Henry. Rio de Janeiro: Cpad, 2010. 6 v.

JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus: De Abraão a queda de Jerusalém Obra Completa. 24. ed. Rio de Janeiro: Cpad, 2013. 1568 p.

Entre outros tantos, preguiça de fazer referência :). 

Autor Jônatas Silva Daniel. Bacharelando em Teologia pela UNIGRAN